Pequeno Prefácio do Autor

2008 é nome da obra em que me insiro num universo da passionalidade ficcional.
Não sei se ao leitor agradará o ritmo e os recortes ou os possíveis surgimentos, sei sim que entre a verdade e aquilo que inventamos há um universo inteiro: é nesse universo que estamos no ano de 2008.
Prefaciando cada capítulo meu, encontro Waldo Motta, poeta dominador de almas que é.

O último capítulo Réquiem está na barra acima por um motivo último.
Os capítulos são interdependentes podendo ser acompanhados sem ordem ou pela ordem do leitor.

Classificação etária: maiores de 16 anos.

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quinta-feira, 5 de março de 2009

Julho 15

Mas é claro que neste último capítulo de julho, nos perguntaríamos e com toda a paciência tentaríamos ouvi-lo. Se era tão bonito e belo o amor e, não havendo nada que o impedisse de estar ali, por que voltava ao sul?

Sua vida toda ainda não estava por vir e com o ser amado não seria melhor? Nunca fora sonho para ter o ar da realização. Fora real desde o início. E desde o início ele mesminho de si talvez não quisesse se responder à nada.

Por sua incrível busca de liberdade, por sua incrível alma egóica e dissimulada, ou porque, pela teoria dos iguais, o outro o fosse também... Vivamos a liberdade do nosso país! Vivamos livres! Sejamos nós. Mas nunca choremos por demasiada dor, afinal se é o amor uma fantasia a dor não seria igual? Pela teoria dos iguais tudo se igualava a uma felicidade mantida apenas porque ele, o pequeno, a mantinha como ponto de pensamento maior. Pensar sobre a própria alegria era se alegrar sobre o próprio pensamento e numa escala tão incontrolável que o melhor fosse: fingir que estruturariam suas vidas sem os segredos que não foram revelados. Um sentia do outro que sim, haviam uma vida inteira para tal. Que fosse então.

Estava decidido a fazer seu curso de artes, a ficar perto da mãe e do irmaõ mais novo. Estava decidido a realizar tudo ali, para depois mudar tudo de novo nos braços do rico rico rico mas frágil homem que no processo descobriu uma coisa importantíssima:

- Encontrei pessoas mais valiosas que tu, mas nenhuma tão corajosa ao ponto de ter me abandonado tantas vezes.

Não vamos pensar que a história se tornou uma lenda de orgulhos. Era pouco, já que os fatos obscuros eram também motivo de uma discórida íntima dos sigilos que se permaneceriam e se descobririam por si sós. Basta dizer que se ambos se amaram com mais ênfase durante mais tantos anos também aprenderam um com o outro da arte de manipular os processos de formas tão leves que se tornaram imperceptíveis.

Ouvindo o restante de seu sonho, chegando na tal ilha chuvosa, calou para sempre em toda a parte de seu contexto aquilo que lhe havia passado. Era segredo bom e não mais nome de se engasgar até esquecer. Era, em 1997, era todo bom segredo que um homem gostaria de segredar até para o mais íntimo amigo. E fez desta forma crescer de ser espontâneo e todos se surpreenderem por conta disso: cresceu a espontaneidade e o riso cresceram. Como consegues ser tão descontraído e despreocupado?

- Não sei.

Era também a sua maneira de se vingar e a partir de então criaria mais mil nomes para que burlasse em ficção o nome da verdade e o nome da mentira. Quem engana quem, quando a gente inventa? E haveria razões pra parar?

Neste último subtítulo, o pequeno pegava seu segundo livro nas mãos dentro de uma caixa recebida pelos correios com seus exemplares novinhos e pensava: cheguei até aqui. Novamente. Era, dessa vez, uma obra de poemas, mas até os seus poemas, disseram alguns críticos, tinham algo de conto fictício. Algo Hilst não Hulk. Talvez verde musgo. Não sabemos ainda.

Resolvera voltar para fazer seu curso de Artes Teatrais e por causa da mãe e do irmão. Estava dito. Publicaria seu livro primeiro naquele contexto. Seria um artista. Resolver voltar não por fuga desta vez por livre espontâneo amor que é o mais belo, disseram, e no qual ele persistia em acreditar.

E durante um longo ano não se viram. Ali, neste longo ano muitas histórias paralelas quase sem importância a não ser pela demonstrabilidade de certas características destes dois personagens valeriam narrar. O importante é que fora na ilha que se viram de novo num verão também e num verão igual viveram as mesmas coisas bonitas.

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