Pequeno Prefácio do Autor

2008 é nome da obra em que me insiro num universo da passionalidade ficcional.
Não sei se ao leitor agradará o ritmo e os recortes ou os possíveis surgimentos, sei sim que entre a verdade e aquilo que inventamos há um universo inteiro: é nesse universo que estamos no ano de 2008.
Prefaciando cada capítulo meu, encontro Waldo Motta, poeta dominador de almas que é.

O último capítulo Réquiem está na barra acima por um motivo último.
Os capítulos são interdependentes podendo ser acompanhados sem ordem ou pela ordem do leitor.

Classificação etária: maiores de 16 anos.

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domingo, 21 de junho de 2009

Orquídea13

Foi o pequeno que se aproximou e jogou tudo pro lado. Até ali, foram alguns anos, metade da história. Depois dali o pequeno podia se dar conta de que não tinha feito nada errado em ter quisto só a sua vida. E foi o que seguiu até os seus julhos e invernos.

Fazer tudo certo era ter o rico mais próximo. Pelo menos. E isso singificava mesmo não estar com o rico. Ele abraçou o rico. Ele beijou as mãos do rico. Ele tremia, mas mesmo assim disse com todas as palavras que era importante que o rico soubesse o quanto ele o amava.

- Eu sei dissimular o que existe e se eu não sei eu vou aprender. Eu aprender a me prender. E eu vou esquecer tudo. Escuta... tudo pode ser ficção se eu realmente tiver amado outro, não?

- Não. Porque você não amará mais ninguém.

- E quando a gente vai poder ficar juntos?

O rico não respondera. Aquilo era entre 2003 e 2004... Aquilo era uma etapa inevitável. E uma decisão cruel. Enquanto o rico não lhe respondia, o pequeno foi lá e guardou todas as coisas sem prestar atenção em nada. Arrumou tudo e disse que tudo estava bagunçado e que não podia deixar o rico naquele situação desconfortável. Acendeu um cigarro, que o rico odiava, ainda, e disse que todo mundo tinha seus mistérios. E o rico nunca mais pôde ser sincero.

O traço superficial de qualquer relação. O traço característico do nosso herói era: não vamos pensar nisso, estamos juntos, e o verão é nosso.

O pequeno levava à sério não precisar falar nada de sua vida ao rico também. Eram só eles. E por aí é que iam e se estendiam e se fizeram até o final do nosso enredo.
Porque foi dito no início de tudo, depois de julho de 2008, eles nunca mais se viram.

A última coisa que ouvira do rico: você está louco. O pequeno sabia que todos estavam e que mesmo assim muita gente naquele mundo ainda vivia como pessoas simples viviam: trabalhavam e viviam. Por que diabos ele tinha que ser autor de certas histórias ou por que diabos o rico tinha que ser esse personagem? Por que diabos um dia por conta de um engano tivera amado um feio? Por que diabo deveria ter assassinado o próprio diabo da sua cabecinha doente? Por que diabos? Por que pessoas existem. E umas e outras vão se enredando e vão tornando as notícias verídicas.

Por que diabos ele que só fora louco não fazia como os pastores de igreja, nem enganava as multidões, nem comprava voto, nem traficava órgãos, nem nada disso?! E existiam pessoas assim neste mundo? Ah, poliana, poliana, por que diabos o diabo não existia de verdade?

Era melhor não pensar nisso tudo. Era melhor pensar apenas em si e não no que as pessoas fizeram do mundo, porque as pessoas que fizeram do mundo, o mundo em que estamos, já morreram. E não é de bem falar mal dos mortos.

Doente.

- O que você sabe?
- Eu não sei de nada.
- Quem você ama?
- Nunca amei ninguém.
- E o que você é?
- Eu sou orquídea.

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