Pequeno Prefácio do Autor

2008 é nome da obra em que me insiro num universo da passionalidade ficcional.
Não sei se ao leitor agradará o ritmo e os recortes ou os possíveis surgimentos, sei sim que entre a verdade e aquilo que inventamos há um universo inteiro: é nesse universo que estamos no ano de 2008.
Prefaciando cada capítulo meu, encontro Waldo Motta, poeta dominador de almas que é.

O último capítulo Réquiem está na barra acima por um motivo último.
Os capítulos são interdependentes podendo ser acompanhados sem ordem ou pela ordem do leitor.

Classificação etária: maiores de 16 anos.

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sábado, 23 de maio de 2009

Orquidea04

Foi como se evocasse o que os espíritas consideravam energia vital.

-Estamos quase no fim?

- Não, estamos no ano de 2008 e temos um ano inteiro.

E o rico, e os miseráveis, e os infelizes, e os amigos, e os inocentes. E tu! Onde tu estavas no início do milênio?

Ego pequeno: que livre amor bonito.

- Tudo por conta de ser manipulado para a escrita, dizia o diabo. Mesmo depois de assassinado ainda fala? Falava, falava sim, o mundo não deixou de existir por conta disso, meu querido egocêntrico.

Fantasma dizia, fantasma baixinho, mas que história seria de si? Neste momento de luz imensa, assumido simplesmente um amor rarefeito sentia mesmo brilhar as veias: novas histórias e nehuma dúvida. Acaso fosse manipulado por legião de horrores, continuaria vivo, por que não? Éramos no ano de 2008 tão fortes e brilhantes e cheios de paixão pela vida. A matéria brilhava, os segredos surgiam da mais propaganda beleza: até os vídeogames se tornaram objetos de seu consumo íntimo. Organização, emprego, casa, móveis, tudo! Só lhe faltaria um gato. Ou dois.

A casa, o apartamento, a independência. As crianças, a trilha das formigas, e seu fantasma na cabeça: surgia uma história brilhante, mas tudo começa por conta do amor.

O amor era apenas um dado estatístico: o importante era o personagem. Ou a personagem idílica. Sedutora e criminosa de si, quem lia Orquídea e sabia que era pura autoinspiração se horrorizava: abusar nunca era demais aos olhos do leitor, vorazmente entregava-se ao leitor, leitor que fosse si. Mas leitor igual. Sempre e repetidamente humano.

Quantas conexões fizeram os homens na sua mente para que ele pudesse chegar a concluir a idéia em papel ou virtualidades, mas concluída em histórias fictícias ou verdadeiras. E daí? Quais paradigmas surgiriam?

O que ele na verdade dizia para si mesmo, Orquídea?

Valia. Em vez de ver novela. Valia. Em vez de beijar na boca. Valia. Em vez de cozinhar. Valia. Em vez de falar sobre as coisas da vida. Valia. Valia, por fim era o que lhe valia.

E talvez, por isso, reconsideremos o pequeno como herói e continuemos daqui.

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